O dia se renova todo dia
Vista da coletiva "O dia se renova todo dia"  
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Coletiva Galeria 1 - 1º e 2º andar de 25.11.2015 a 15.01.2016
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O DIA SE RENOVA TODO DIA

A arte a partir da filosofia e da subjetividade na criação, dando ênfase aos sentimentos trazidos da relação do homem com o objeto de arte. A dotART galeria como uma nova incubadora de ideais, com novos pensamentos e um novo conceito, criando uma rede de cultura, de educação e inovação. E uma exposição que traz para o público o melhor da arte atual brasileira e internacional: é “o dia que se renova todo dia”.

Há um caminho a folhear, percorrer “as páginas” da exposição como uma poesia visual, um livro que seduz na leitura dos contos imaginários dessa coletiva com curadoria de Wilson Lazaro.

Lançamento dos livros-obra Galáxias de Antonio Dias e Galpão Gaveta de Paulo Climachauska

Natureza-Paisagens: Adriana Varejão, Janaina Tschape, Anish Kapoor, Leonilson, Cássio Vasconcellos, Pedro Varela, Paul Morrison, Richard Serra, Frans Krajcberg, Marina Rheingantz

Corpo-Sedução: Rubem Ludolf, Tomás Saraceno, Ivan Navarro, Philip Decrauzat, Lygia Pape, Rubem Valentim, Rubens Ianelli, Alexander Calder, Iole de Freitas

Visões Políticas-Arquiteturas-Visuais: Nelson Felix, Cildo Meireles, Michael Craig-Martin, Antonio Dias, Paulo Pasta, Paulo Climachauska, Volpi, Vik Muniz, Andy Warhol, Amilcar de Castro, Sara Ramo

Ação-Atitude: Julio Le Parc, Wanda Pimentel, Lucia Laguna, Marina Saleme, Celso Orsini, Nelson Leirner, Paulo Campinho, Anna Maria Maiolino, Roberto Magalhães, Victor Arruda

Vista da coletiva "O dia se renova todo dia"  
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Natureza-paisagens

Essa parte da mostra é ao mesmo tempo sedutora, atordoante, simples e exuberante. As criações de alguns artistas oscilam num embate direto entre a objetividade e a racionalidade, de forma desconcertante. Há um claro entendimento da relação entre natureza e cultura. Tecidas a partir da entrega à experiência da criação, estão as obras dos artistas: Adriana Varejão, Janaina Tschape, Anish Kapoor, Leonilson, Cássio Vasconcellos, Pedro Varela, Paul Morrison, Richard Serra, Franz Krajberg e Marina Rheingantz.

 

Corpo-sedução

Poderia chamar-se desejo-geometria, um discurso sobre o corpo que implica a dimensão e o volume da pintura. O corpo como campo de mediação entre sensações: sentir o espaço entre os corpos e cores. São cenas de representação do desejo, do erotismo que caracteriza o modernismo brasileiro. Momentos de diversidade, de transição entre a realidade e o imaginário, de desejo, de sentir as superfícies da construção e concretização da cor em geometria e curvas. Um olhar cinético que transita na criação dos artistas: Rubem Ludolf, Tomás Saraceno, Ivan Navarro, Sarah Morris, Philipe Decrauzat, Lygia Pape, Rubem Valentim, Rubens Ianelli, Alexander Calder e Iole de Freitas.

 

Visões políticas-arquiteturas visuais

São fragmentos sociais da poesia contemporânea do dia a dia. Discussões políticas e culturais. Essa parte da exposição mostra a importância do cotidiano nas experiências pessoais, a constante preocupação da ocupação das cidades, uma geografia humana como metáfora da humanidade hoje. A representação do corpo social, ou do corpo político, tem encontrado inúmeras expressões, de pontos de vista por vezes contraditórios, mas sempre sob o entendimento coletivo dos processos corporais e movimento sociais. Mas também pode estar no consumo pop da arte atual. Aqui está expressa pelos artistas: Nelson Felix, Cildo Meireles, Michael Craig-Martin, Antonio Dias, Paulo Pasta, Paulo Climachauska, Volpi, Andy Warhol, Vik Muniz e Amilcar de Castro

 

Ação-atitude

Essa é uma parte da exposição invadida pelos circuitos artísticos da emoção. Conceitualmente, existe uma tensão entre o sujeito e o objeto visível, uma relação afetiva cujo resultado final é muitas vezes inesperado. No confronto entre o artista e o espectador pode revelar-se uma obra aberta: o público cria, descobre e sonha; aqui, vai viver emoções junto com os artistas Wanda Pimentel, Lucia Laguna, Marina Saleme, Celso Orsini, Nelson Lerner, Anna Maria Maiolino, Julio Le Parc, Paulo Campinho, Victor Arruda e Roberto Magalhães. Essa mostra coletiva resume-se em amor à arte. Sem dúvida, todos os artistas aqui apresentados tem um envolvimento amoroso com a ideia da arte e da criação. Vamos desfrutar deste resultante prazer agora…

 

Galáxias Antonio Dias

Projeto desenvolvido por Antonio Dias junto com Haroldo de Campos (1929-2003) no começo da década de 1970, “galáxias” leva o mesmo nome do famoso livro-poema do poeta concretista. Mais de quarenta anos depois, o projeto ganhou a participação da designer Lucia Bertazzo em sua produção.
Com edição de 93 exemplares, e grande formato – 70cm x 50cm com 7cm de altura – “galáxias” é um estojo de fibra de vidro revestido em tecido, que contém, em cada exemplar, uma “constelação”, numerada e assinada pelo artista no verso.
Dentro do estojo encontram-se 32 objetos artísticos, agrupados e acondicionados em dez caixas de madeira impressa com peles, tema presente na obra do artista.

Esses objetos de arte – todos foram realizados manualmente – reveem a trajetória artística de Antonio Dias no período dos anos 1970. Livro de artista? Mais do que isso: uma instalação in the box!

A realização de “galáxias”, a cargo da UQ/ Aprazível Edições, demandou quatro anos de cuidadoso trabalho, com centenas de provas e protótipos, e grande diversidade de materiais empregados: tecido, acrílico, foam, plástico, algodão, pergaminho. As formas de impressão também variam entre fotogravura, tipografia, hot stamping, serigrafia e au pouchoir.
Metade da edição foi adquirida por colecionadores e importantes museus; MAC de Niterói (Coleção João Sattamini), MAM Rio (Coleção Gilberto Chateaubriand), Pinacoteca de São Paulo, e MoMA de Nova York.

 

Galpão Gaveta – Paulo Climachauska

Uma gaveta pode ser uma obra de arte? Pode.

Uma não, muitas. O Galpão Gaveta, invento que se atribui ao artista Paulo Climachauska, traz dentro de si uma multidão de objetos. Vamos contar?

  1. Um estojo em aço pintado na cor laranja, de 50 x 40 cm (9cm de altura) que contém… uma gaveta!
  2. A gaveta, por sua vez, contém seis outros objetos.
  3. O primeiro é uma pintura original sobre cartão telado em cada exemplar. Isso mesmo que você está lendo: um original em tinta acrílica, assinado no verso.
  4. O Livro de Areia, revestido em tecido, traz arabescos gráficos do que se passa pela cabeça do artista.
  5. Já o Livro dos Espelhos, também revestido em tecido, se entreabre num firmamento de números (você sabe que nosso artista adora números, não é?).
  6. Outro estojo contém cinco gravuras e um surpreendente texto, todos impressos em serigrafia sobre acetato, revelando galpões em perspectiva aqui denominados de “Catedrais”.
  7. Uma dupla de esquadros em aço niquelado sai do berço da caixa e ficam de pé, como se esculturas fossem.

A estes sete números, junta-se o da tiragem: 18 exemplares, que serão lançados pela Galeria dotART. No texto que acompanha a obra de 7 itens e 18 exemplares está escrito:

“O Galpão Gaveta, este que você acabou de ler, começou a ser habitado em junho de 2012. Galpão é o lugar em que o extrato dos seres e o sumo das coisas se depositam. Eles podem ser habitados, sim!, por poéticas e por traços. É o que decidiu fazer Paulo Climachauska ao recolher réguas e compassos, telas e tintas, papéis e espelhos. Tudo colecionado dentro de seu imaginário e transformado em matéria-viva: O Galpão Gaveta.”